quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pitágoras X alunos

Pitágoras X alunos
Quem está com a razão?

Tudo seguia tranqüilo na faculdade Pitágoras, até que começou um zum zum zum nos corredores de alguns campos, que haveria algumas mudanças no modelo de ensino, nos horários de aula, alguns cursos iriam acabar. Muitos boatos, outros fatos, a questão é que nem todos sabiam certamente o que estava acontecendo. O final de semana chegou, mas o assunto ficou na cabeça de muita gente. Na segunda-feira dia 17 de maio, alguns coordenadores foram na sala pela manhã e contaram o que estava ocorrendo. No turno da noite já foi diferente, no campus Raja Gabaglia, a polícia entrou em confronto direto com os alunos, alguns ficaram feridos, outros foram detidos, cadeiras e vidros quebrados, pessoas machucadas. Uma total falta de respeito com alunos, professores e funcionários da faculdade. Enquanto isso no campus Guajajáras alguns alunos em protestos, ficaram na rua gritando e jogaram tomates.
No dia seguinte começaram os protestos em outras unidades da faculdade, todos sempre pacificamente alguns buscando explicações, eles nem sabiam pelo que estavam brigando, outros cobertos de razão e mais indignados ainda com a atitude da PM na noite anterior. Nesse mesmo dia nasce um blog onde os alunos têm livre acesso, liberdade de expressão e para quem quiser é o meio mais rápido de saber o que está acontecendo na visão dos alunos.
Uma semana de muita raiva, tensão, dúvidas e insegurança. Muitas mentiras foram contadas, porém muitas verdades foram descobertas, cada aluno da FAP se viu com a carreira e os estudos nas mãos, todos pensaram: o que fazer agora?! Para complicar ainda mais os professores que também estavam nervosos com a situação, ficaram em alerta de greve, alguns cursos não tiveram aulas, outros não foram afetados. Depois de tantas palavras, inúteis, porém verdadeiras, a faculdade não voltou atrás em suas decisões e as mesmas estão sendo explicadas para os alunos. Pouco a pouco parece que as coisas estão voltando para o seu devido lugar. Mas a partir de agora todos os ex, atuais e futuros alunos estão marcados por uma decisão forte e pela falta de comunicação interna. A proposta do Pitágoras pode até ser boa, mas a falta de comunicação entre empresa, funcionários e alunos provocou esta instabilidade e toda essa revolta.
A falta de respeito com que os diretores da Kroton e da Iuni (novo grupo integrado ao Pitágoras) trataram os alunos foi grande, mas algumas coisas estão sim sendo para a melhor. Muitas cartas de transferências estão chegando à mesa dos coordenadores todos os dias. O nome da Faculdade Pitágoras, já não é mais tão bem visto pelo público. Quem está certo? O Pitágoras por implantar um método de ensino que eles julgam certos ou os alunos que reivindicam o atual modelo. Ficam dúvidas e muitas questões no ar, respostas só teremos com o tempo, certeza de que fizemos a escolha certa ficando na instituição ou indo para outra só teremos depois de ter escolhido.
Sugiro então a todos os alunos que pensem no futuro de sua carreira. Não pense no hoje porque se não, até eu mudaria de faculdade, pense amanhã, será que vale a pena, trocar de faculdade, estudar seis meses a mais, pagar mais? Será que compensa permanecer no Pitágoras e pagar pra ver se esse modelo de ensino vai ser bom pra você? Não sei da sua escolha, mas lembre-se: Quem vai dizer para o mercado o profissional que você é ou será, é a sua capacidade de aprender e trabalhar, não a faculdade que você estudou. Não estou puxando sardinha para nenhum dos lados, só estou querendo colocar um ponto para discussão e reflexão.
Mais informações sobre as manifestações dos alunos e sobre todo esse processo de mudança você acompanha no: www.falsidadepitagoras.blogspot.com #fake Pitágoras.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Delicie-se com a II Bienal do Livro de Minas Gerais



Começa hoje a II Bienal do Livro de Minas, que contará com a presença de cerca de 90 autores. Com muitas novidades nessa segunda edição, Belo horizonte ganha um novo entretenimento para os cidadãos. Durante 10 dias teremos 86 seções culturais com exposições, histórias, shows, peças de Teatro, debates e bate-papos entre público e autores.
O evento acontece no Expominas, do dia 14 ao dia 23 de maio de 2010. Os autores, juntamente com os organizadores da II Bienal, esperam que mais 250 mil pessoas passem por lá nesse período. Com a ampliação do espaço, mais debates poderão ocorrer. Alguns dos espaços oferecidos serão: Café Literário, Arena Jovem, Circo das Letras, Auditório José Mindlin e entre eles destacamos duas novidades o espaço Goleada Literária voltado para a discussão da literatura esportiva. “Contaremos com a participação de jornalistas esportivos, comentaristas, autores que tenham publicado livros sobre o assunto”, conta Tatiana Zaccaro, gerente geral do evento. E a Arena Poética onde os visitantes terão a honra e o prazer de ouvir poetas contemporâneos lendo seus próprios poemas. Segundo o site da Bienal, , estão confirmadas, para esse espaço, as participações de autores como Marcelino Freire, Carlos Versiani, Wilmar Silva, Fabrício Carpinejar, Leo Cunha, Claufe Rodrigues, entre outros.

Data e Horário:
Dia 14 de maio: das 12h às 22h
Dias 15 e 16 de maio: das 10h às 22h
Dias 17, 18, 19, 20 e 21 de maio: das 9h às 22h
Dias 22 e 23 de maio: das 10 às 22h
Local:
Expominas
Avenida Amazonas, 6.030 - Bairro Gameleira - Belo Horizonte, MG
Ingressos:
Dias úteis (segunda à sexta)
Entrada inteira – R$ 8,00
Meia-entrada – R$ 4,00
Final de semana (sábado e domingo)
Entrada inteira – R$ 10,00
Meia-entrada – R$ 5,00

A programação completa encontra-se no site www.bienaldolivrominas.com.br. Nele você também encontra dicas de ônibus, estacionamentos, alimentação entre outras. Ou no telefone: (31) 3314-1503

terça-feira, 4 de maio de 2010

Entrevista com 3 Pichadores

Nome de pichação e porque e/ou como escolheu esse apelido?
Puera=> Saks, quem escolheu foi um colega
Ricardo=> Jerry, porque sempre se identificou com o desenho TOM E JERRY, por causa da briga de um rato com um gato; em situação adversa, o rato sempre sai ganhando, não é sempre o maior que leva a vantagem. “eu me identifico com o rato”
Maxwell => Nank, porque quando era pequeno, seus primos o chamavam de “nanka”, quando virou pichador apenas tirou o a.

O que você sente quando está pichando?
Saks => emoção
Jerry=> é um sentimento único; só quem picha pra saber, mas é bom
Nank => Adrenalina muito grande, prazer

E depois de pronto, o que passa por sua cabeça?
Saks => fica feliz
Jerry => mais uma vitória
Nank => orgulho

Sua trajetória:
Saks => “picho desde os 13 anos, gosto disso, não penso em parar e isso aumenta meu ibope.”
Jerry => “eu pichava, aí vi que isso não me levava pra frente, então decidi grafitar, mas, no primeiro grafite, a policia me pegou e eu assinei o 163, aí parei de pichar e grafitar, mas quando vejo os meninos indo ou pichando, a vontade sobe “
Nank => “Picho desde os há sete anos, mas só há quatro anos que me considero um pichador mesmo”

Já foi pego alguma vez?
Saks => uma só, mas já corri muito dos “puliça” (SIC)
Jerry => duas vezes
Nank => tantas que já perdi a conta

Como escolhe os lugares?
Saks => lugares que dá mais “ibope”
Jerry => local de destaque
Nank => lugar mais movimentado

Você não pensa em parar?
Saks=> Não
Jerry => Já parei há 3 anos
Nank => Penso todos os dias, mas não paro porque me considero o melhor, e o melhor nunca para

Pichação tem relação direta com drogas?
Saks => Não, apesar da maioria usar
Jerry => usamos a pichação para chamar atenção das pessoas para as coisas que estão ficando para trás; é uma forma de nos expressarmos, geralmente são adolescentes revoltados, com algo que nem eles mesmos sabem ai transferem isso para a pichação. Eu me considero um pichador das antigas.
Nank => não, pichar vicia, mas é mais revolta

Um depoimento
Saks => “tava pichando na ponte da 381, toda hora passava um carro de ‘puliça’, na hora que fui marcar passou uma blazer, mas não me pegaram”
Jerry => “não tive uma maior aventura; cada pichação é uma emoção diferente, é mais uma conquista quando você vê um detona¹ pronto”
Nank => tava pichando o viaduto de cabeça para baixo, quando acabei de fazer a preza² estava com um ponto 15³, ai ele caiu em cima do carro de ‘puliça’, tava eu e mais dois manos, um era de menor e ele perdeu na fuga e os ‘vermes’¹² estavam batendo nele; o Saks ganhou na fuga, mas a gente voltou para ajudar ele, os ‘puliça’ deu um conselho pra gente parar de pichar e depois nos liberou.

Por trás dos rabiscos!










Por trás dos rabiscos

Os bastidores de um ato de vandalismo tão comum no Brasil e no mundo.
A pichação.


Muros sujos, monumentos com estética feia, prédios e casas danificadas visualmente e economicamente, e poluição visual são alguns dos atos com os quais toda a população tem que conviver pela simples revolta de quem pratica. Visualmente agressiva, a pichação percorre o Brasil de forma geral, geralmente em prédios altos, monumentos públicos ou privados, pontes e viadutos. O povo acha que eles querem fama, mas no fundo não é só isso. Eles querem se expressar. Infelizmente, fazem isso de forma errada.
Para entendermos melhor, vamos definir alguns conceitos: pichação é o ato de desenhar, rabiscar ou apenas sujar um patrimônio (público ou privado) com uma lata de spray ou rolo de tinta. Pichador é quem pratica tal ato. Normalmente, o que é escrito são frases de protesto, simplesmente o nome, ou, em alguns casos, até declarações de amor. Para algumas gangues torna-se questão de “honra”, a melhor gangue é a que marca mais territórios. Essa relação de vandalismo e sociedade vem de muito tempo.
Na Idade Média, padres pichavam os muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes. Construído no início da década de 1960, o Muro de Berlim manteve seu lado oriental socialista limpo e com pintura intacta, e o lado ocidental, com a democracia capitalista dos EUA, foi tomado por pichações e grafites de protesto contra o muro. No final de 1969 e início da década de 1970, as ruas de Los Angeles foram tomadas por pichações que demarcavam a disputa territorial pelo tráfico de drogas entre duas violentas gangues rivais: Bloods e Crips.
A pichação veio para o Brasil em 1980, e se centralizou por um bom tempo em São Paulo, mas não demorou muito e ela se estendeu por todo o país. Atualmente, a pichação Brasileira é reconhecida mundialmente como um fenômeno, isso ocorre porque as letras possuem um desenho singular e características particulares. Esse ato é bem diferente de grafitar. Grafite é bem mais elaborado, tem uma melhor visibilidade, e é mais bem aceito pela sociedade.
Pichação é crime ambiental, previsto pela Lei Federal 9.605/98 art. 65 enquadradas quem pichar, grafitar ou por qualquer meio conspurcar edificação ou monumento urbano, com detenção de três meses a um ano. Segundo o soldado da PM Jaderson Hilário da Silva, 22 anos, no treinamento que é dado para os novos policiais, antes de eles “pegarem no batente”, são feitas orientações, e estudo sobre essa lei. Eles são instruídos há prender todo e qualquer tipo de pessoa, que esteja em ato de crime ambiental o que inclui pichação. O ex-guarda municipal, agora Policial Civil, Geovane Lanna, 27 anos, declara que, quando trabalhou na Escola Municipal Marconi, passou por muitas situações nas quais precisou aplicar uma punição interna ou até mesmo chamar a policia, para adolescentes que estavam pichando dentro da escola. Em sua opinião eles fazem isso para chamar atenção, querem ser populares.
Alguns dos nomes que são usados são: RAT, MART, SETO, JEFIM, TOM, KOKA, SRAUK, NANK, SAKS E JERRY. Em um bate papo com três dos causadores de tanta polêmica e discussão que temos pelo Brasil inteiro, os pichadores colocam o outro lado da moeda, revelam os verdadeiros motivos pelos quais fazem tal coisa. M.S (apelido Puera, 17 anos), Maxwell (20) e Ricardo (23) deixam claro tudo o que rola nos bastidores de suas saídas noturnas.
Quem está com a razão: os pichadores por alegarem não ter um espaço para se expressarem, ou não conseguirem se expressar da maneira como gostariam e de alguma forma, tentarem chamar a atenção da população, que não vê-los ou finge não ver. Ou o povo que está cansado de gastar dinheiro com tintas e com reformas de monumentos e prédios? Todos sabem que é errado essa ação dos pichadores, mas o que o povo precisa fazer para mudar essa situação? É uma vergonha termos uma cidade tão suja visualmente, não só por pichação, mas por papéis, pessoas feridas, mendigos. A população precisa encontrar uma maneira de mudar isso!

¹ detona = uma pichação
² presa = marca
³ ponto 15 = Rolinho de pintar
¹² vermes = policiais